Jó foi um homem que
enfrentou situações difíceis, a sua fé foi testada e a sua vida abalada, mas no
meio de tudo o que passou tomou a decisão de permanecer na fé. Lemos nos
primeiros capítulos do livro, que ele perdeu todas as suas posses materiais.
Perdeu os seus filhos. Ele suportou muito sofrimento. E no meio de tudo,
viveu com uma fé inabalável. E é disso que eu hoje quero falar. Viver
com uma fé inabalável. A palavra inabalável é definida como sendo algo
que não pode ser movido ou demovido, algo que não oscila ou cai. As questões
que se põem hoje é: O que é que te afasta da tua fé? O que é que te desvia da
fé que tens? O que é que te desloca ou faz cair da tua fé? Nós temos de
aprender com a atitude Jó e com a fé que teve face a tudo o que passou. A sua
fé deveria inspirar-nos e desafiar-nos, no meio daquilo que estamos a passar
nestes dias, enquanto Humanidade e enquanto Igreja.
Há algumas coisas no
livro de Jó que devem encorajar a nossa fé, hoje. Algumas coisas que Jó fez
para que pudéssemos ter uma fé inabalável em tempos desafiantes. Decisões que
ele tomou.
Primeiro: Ele não
permitiu que a situação limitasse a sua adoração. Depois de ter sido informado da
morte dos seus filhos, a Bíblia diz que ele se levantou, rasgou o seu manto,
rapou a sua cabeça, caiu por terra e adorou (1:20). A primeira reação de Jó perante esta profunda dor, perante
estas más notícias, não foi reclamar. A sua primeira resposta não foi: “Porquê
eu?” “Como pôde isto acontecer? Eu creio em Deus!” A sua
primeira reação foi lançar-se em terra e adorar (“…bendito seja o nome do Senhor.”).
Nesta manhã quero encorajá-los, quero
desafiá-los. Este não é o tempo de baixar o volume da nossa adoração. O que é
que estás a permitir, neste tempo, que roube a tua adoração? Este não é o
momento, enquanto povo de fé, baixarmos o volume da nossa adoração.
Uma fé inabalável, é uma
fé que no meio de qualquer situação, não permite que a adoração seja limitada.
Que nestes tempos difíceis que estamos enfrentando possamos encher a nossa vida
de adoração. Porquê? Porque a adoração muda a nossa perspetiva. Adorar
transfere a tua perspetiva do problema para as promessas de Deus. A adoração
coloca a tua visão na Sua grandeza, na Sua majestade e no Seu poder. E nós
temos de entender que fomos criados para O adorar em qualquer situação.
Salmo 96:1-4 diz: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da
Terra. Cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome; anunciai a Sua salvação de dia em
dia. Anunciai entre as nações a Sua glória; entre todos os povos as Suas
maravilhas. Porque grande é o Senhor, e digno de louvor, mais tremendo do que
todos os deuses.”
Quando nós adoramos
proclamamos as Suas boas novas. Quando nós adoramos proclamamos os Seus
milagres entre todos os povos. Por isso, não podemos permitir que nenhuma
situação limite a nossa adoração. Quando escolhemos adorar a Deus
no meio das nossas situações mais complicadas, cultivamos uma fé inabalável nas
nossas vidas. Possamos alterar a atenção dos nossos corações e das nossas para
o Senhor Jesus Cristo. O Autor, o Consumador e o aperfeiçoador da nossa fé.
Em segundo lugar, o que vejo na vida
de Jó, e naquilo que ele experimentou, é que ele não só impediu que a situação limitasse a
sua adoração, como também não permitiu que a circunstância alterasse a
sua confissão.
No capítulo 1 e versículo 22, diz que “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Ou seja, Jó não culpou Deus pela
situação em que estava e a sua confissão não se tornou negativa. Capítulo 27, versículos 3 e 4, diz: “Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu
nariz, não falarão os meus lábios iniquidade, nem a minha língua pronunciará
engano.”
Como pessoas de fé temos de decidir,
temos de determinar, temos de nos certificar que nenhuma situação que possamos
estar a enfrentar altere a nossa confissão, as nossas palavras.
As nossas palavras
precisam de ser cheias de vida, de propósito, de promessas, de visão, de
destino, porque nestes tempos modernos precisamos de ser pessoas de fé. Não
somente nas nossas palavras, como também nas nossas ações. Precisamos de nos
certificar que o que comunicamos encoraja os outros, alimenta a fé, acrescenta
a paz e que é de ajuda àqueles que nos rodeiam, que não têm a mesma fé.
É por isso que devemos aprender com
Jó e não permitir que nenhuma situação mude a nossa confissão.
Provérbios 10 e versículo
11: “A boca do justo é manancial de vida,
mas a violência cobre a boca dos ímpios.” Numa tradução “moderna” diria que não é apenas a
boca do justo, mas também os atos do justo são uma fonte de vida. Em Provérbios 18:21 está escrito que “A morte e a vida estão no poder da língua, e aquele que a ama
comerá do seu fruto.” E é por isso que neste tempo que estamos vivendo não podemos permitir
que nada altere a nossa confissão. Temos de cultivar uma fé inabalável onde
falamos mais sobre as Suas promessas do que sobre os nossos problemas. Falemos
sobre vida àqueles que nos rodeiam. Que as nossas palavras levem paz aos
corações aflitos. Vamos levar as pessoas a Jesus porque somos embaixadores da
mensagem mais incrível que existe no planeta! As nossas palavras devem conter
vida. São tantas coisas a ser ditas neste momento, são comunicadas tantas
coisas que comunicam medo, incerteza e confusão nas pessoas.
Nós como pessoas de fé devemos
certificar-nos de que as nossas palavras comunicam paz e aliviam as pessoas por
causa d’Aquele em quem depositamos a nossa fé. Atualmente há tanta coisa a ser
dita, tantas teorias da conspiração, tanta coisa a alimentar o medo das pessoas
nas nossas comunidades. Não permitamos que estas coisas abalem a nossa
confissão, porque nós sabemos em quem temos crido.
Uma fé inabalável
é uma fé colocada no Deus que é o mesmo ontem, hoje e eternamente. E é
por isso que nenhuma situação pode mudar a nossa confissão, porque nós sabemos
em quem acreditamos.
No capítulo 42 e versículo
2, Jó diz: “Bem eu sei que tudo podes, e nenhum
dos Teus pensamentos pode ser impedido.” Por outras palavras: “Nenhum dos Teus propósitos
pode ser parado. Nenhum dos Teus propósitos pode ser limitado.”
Em todo o livro, Jó
mantém o foco na bondade e na fidelidade de Deus. Ciente de que Deus passará
este tempo difícil com ele.
Jó tinha uma perspetiva eterna.
No meio de cada desafio que nos
confronta devemos olhar as coisas de uma perspetiva eterna, cientes de que Deus
é soberano e que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e
são chamados segundo o Seu propósito. O Senhor Jesus disse que neste mundo
teríamos aflições. Mas temos de ter coragem, porque a Bíblia diz que Ele venceu
o mundo com uma fé inabalável (“…tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” João 16:33). Uma fé que estava edificada sobre um reino eterno. Ele não
permitiu que a situação que estava para vir turvasse a Sua perspetiva.
A fé inabalável não
permite que nenhuma situação limite a nossa adoração ou que altere a nossa
confissão. Os nossos melhores dias estão do outro lado desta situação. Os
melhores dias da tua vida. Os melhores dias do teu casamento. Os melhores dias
da nossa Igreja. E eu quero encorajar-te a não perder a fé, a perseverar, a
permanecer firme na tua fé, para que a tua fé seja inabalável seja o que fores
que estejas a enfrentar. Porquê? Porque Deus está no controle. E Ele vai
levar-nos de fé em fé, de graça em graça e de glória em glória em nome de Jesus.