sábado, 17 de dezembro de 2022

A ALEGRIA DO NATAL

     Vida sem alegria é impensável. Todos procuramos a alegria da vida, mas a alegria que se sente na profundidade da alma só Jesus pode dar. De todas as formas de alegria a mais importante e a alegria da salvação. Nos versículos atrás citados, Jesus é chamado não “um salvador”, nem “salvador”, mas “O Salvador”. A nossa grande alegria está assim na mensagem do anjo (Lucas 2:8-11).

Haverá muitas alegrias na vida (ex: nascimento de um filho), umas momentâneas outras insuficientes. Mas esta prometida por Deus distingue-se das outras, porque é ela que representa a nova vida do ser humano.

 A verdadeira mensagem do Natal tem realmente todas as condições para criar no coração dos homens “uma grande alegria!”

O NATAL VEM MAS NÃO FICA

 O tempo não pára. Na sua marcha ininterrupta vai-nos trazendo os anos, os momentos, as estações, o frio, o calor, a tristeza, a alegria, o sofrimento, o prazer, a fome, a abundância, o ódio, a amizade, a vitória, a derrota, a infância, a velhice, a vida, a morte... e traz-nos também o NATAL!

E nós que somos arrastados por esse "carro" chamado tempo, implacável e indiferente aos nossos desejos e sentimentos, que não se detém por um instante sequer para nos prolongar um prazer, nem se apressa para nos poupar a um tormento, nós - dizia - que muitas vezes nos lamentamos ou nos revoltamos por essa marcha desumana, quase que a bendizemos, porque ela nos traz em cada ano o NATAL! Esquecidos de todos os males de que faz larga sementeira pela nossa vida, agradecemos-lhe por nos trazer outra vez essa quadra bendita.

É que o NATAL é poesia, é sentimento, é beleza, é inspiração, é maravilha, é mistério, é divindade, é humanidade, é AMOR.

O NATAL prende a alma humana, cativa-a emociona-a, encanta-a. Ninguém foge ao seu encanto. O NATAL reúne as famílias, traz o perdão aos corações, inspira os artistas, faz por instantes cessar as guerras, emociona os crentes, faz meditar os ateus.

Passa um NATAL, logo temos outro, com todo o seu encanto misterioso. É sempre o mesmo, sempre igual a si próprio. Há dois mil que o mundo o conhece, mas não perde, no entanto, o seu encanto. As crianças amam-no e todos nós o aguardamos com ansiedade. Temos saudades dele.

O NATAL vai e vem. Quando chega traz-nos alegrias e esperanças. Quando parte, deixa-nos saudades e desilusões.

Queríamos mantê-lo connosco, que ele nunca passasse; que essa quadra de humanidade, e compreensão, de boa vontade entre os homens, de paz entre as nações, se mantivesse, se perpetuasse, fosse eterno. Queríamos um NATAL ETERNO!

Mas não, isso é impossível. O tempo, esse monstro implacável, sem dó nem piedade, sem humanidade, indiferente ao nosso sentir, leva-o tão rapidamente! Mal pronunciamos a palavra Natal, mal temos tempo de contar a história sagrada às crianças, de saborear um momento de paz ou de entoar um hino de louvor e já o "carro monstro" o leva para longe. E ficamos outra vez a olhá-lo, com saudade, enquanto ele, sempre no mesmo ritmo veloz, se afasta de nós, como quem tem medo ou se sente escorraçado... Não, nunca teremos esse NATAL ETERNO que tanto desejávamos para nós, embora Deus no-lo quisesse dar, vindo ao nosso meio, feito homem como nós.

E não o temos, porque os homens não querem. São eles que expulsam o NATAL. São eles que não consentem a sua permanência no mundo. São eles que não deixam parar o tempo.

Não, os homens não o querem. Eles mataram o NATAL, quando Deus o trouxe, na pessoa de Cristo, o Salvador. O seu ódio, a sua mentira, a sua vaidade, o seu orgulho, os seus interesses, a sua ambição, não puderam suportar a presença da Verdade, da Luz, do Amor. E o NATAL foi morto! Foi expulso do nosso mundo. O Tempo levou-o e agora, todos os anos volta, numa tentativa de convencer os homens, num desejo de transformar os seus corações, sem jamais conseguir os seus propósitos santos. Os homens continuam os mesmos, não querendo o NATAL senão como um brinquedo de um momento fugidio. "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam." (João 1:11) "Os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más." (João 3:19)

Por isso, o NATAL (a Harmonia, a Paz, a Justiça, o Amor) vem todos os anos e todos os anos tem de partir, porque os homens não consentem que habite com eles. Eles querem um NATAL que dure apenas um instante que passa com o tempo.

Não querem de maneira nenhuma comprometerem-se. Não querem, de maneira nenhuma o NATAL ETERNO!

Mas, que digo eu? Sim, digo bem, mas não digo tudo. É que para alguns, o NATAL é realmente diferente. Para eles já existe a Paz e a Vida que o NATAL traz. Para eles o NATAL não é apenas poesia de um momento, mas a mais bela realidade da vida. Neles está Cristo e nada poderá separá-los do Amor do Salvador: nem a insaciável maldade humana, nem o implacável correr do Tempo. Para esses, filhos de Deus pela Fé em Jesus, o NATAL já se tornou em NATAL ETERNO!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Salmo 23

Vs.1 – Significa que não me faltará nada que for necessário à realização da vontade de Deus na minha vida, e que me contentarei com a provisão e o cuidado do Bom Pastor, mesmo em tempos pessoalmente difíceis.

Vs.2 – Porque o Pastor está presente e perto de mim, posso deitar-me em paz, livre de todo o medo. O meu descanso na Sua presença terá lugar em “verdes pastos” (Palavra de Deus) que são indispensáveis a uma vida abundante.

Vs.3 – Quando fico desanimado, o Bom Pastor reaviva e revigora a minha alma, mediante o Seu poder e graça. Guia-me por meio do Espírito Santo nos caminhos por Ele escolhidos, que se conformam com os Seus alvos de santidade. Correspondo obedecendo. Sigo o Pastor, ouvindo a Sua voz (João 10:3,4) e não seguirei a voz de estranhos (João 10:5).

Vs.4 – Em tempos de perigo, dificuldade e mesmo de morte, o crente salvo não teme mal nenhum, porque Deus está com ele. A vara (um pedaço de pau curto) é uma arma de defesa ou disciplina, que simboliza a força, o poder e autoridade para trazer a ovelha para perto do pastor e guiá-la no caminho certo, ou para removê-la em caso de perigo. A vara e o cajado de Deus, dão-nos a certeza do Seu amor e orientação para a nossa vida.

Vs.5 – Apesar do crente estar em luta diária contra a sua carne, o diabo e ter à sua volta uma sociedade pagã, a graça de Deus que ele recebe, capacita-o a viver e a regozijar-se na presença de Deus. Ele pode saciar-se à mesa do Senhor com fé, ações de graça e esperança, em perfeita paz e protegido pelo sangue de Jesus. Ele “unge-nos” com o Seu Espírito, e nós “transbordamos”.

Vs.6 – “Misericórdia” refere-se ao fiel amor e à bondade de Deus. Em qualquer situação o crente pode confiar que o Bom Pastor dará com que todas as coisas cooperem para o seu bem. O alvo daquele que segue o Senhor e desfruta da Sua bondade e misericórdia, é um dia estar com Ele eternamente.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Salmo 15

No Salmo 14, o homem natural é retratado; no Salmo 15, o retrato é do homem espiritual. O salmo descreve o tipo de pessoa que está em condições de ser hóspede de Deus e as exigências para ele se aproximar de Deus. A estrutura do Salmo é simples. Uma pergunta, a resposta e, então, uma promessa final.

- A Pergunta

Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” A alusão nestas palavras leva a supor que esse salmo foi escrito por Davi na ocasião em que levou a Arca de volta a Sião (2Samuel 6:12-19).

. O nome santo. Deus é alto e sublime - Quem pode ter comunhão com Ele? É bom meditarmos na natureza de Deus e nos inspirar com um sentimento de reverência para com Ele. Deus é santo e separado do homem em distância e em carácter, sendo, portanto, digno de reverência e de adoração (Isaías 6:1-5).

. O tabernáculo santo. Há referência ao tabernáculo levantado no deserto, que depois foi trazido para a Terra Prometida. Era um lugar santo, porque ali era manifestada a presença de Deus, e isso explica o amor e as ardentes saudades que o próprio lugar inspirava nos escritos espirituais (Salmo 26:8; 27:4; 84:1). Na sua pergunta, o escritor inspirado, interroga quais são as condições segundo as quais Deus oferece a Sua hospitalidade.

. O monte santo. Quem é digno de ser cidadão de Sião, a cidade de Deus? Para nós, hoje, a pergunta significa: "Quem está em condições de morar na Nova Jerusalém?" (Apocalipse 21).

- A Resposta

A condição fundamental é a retidão ou justiça, o que inclui atos virtuosos e verdade no falar. Os verbos no hebraico estão no particípio, representando ação habitual e contínua.

. O que vive com integridade. Ser íntegro é agir de modo correto, perfeito e completo, em total lealdade a Deus. Não se trata de perfeição infalível, mas pelo menos de um sincero desejo de fazer a vontade de Deus.

. E pratica a justiça. Não somente fala acerca da retidão e da virtude como também as pratica. A sua fé é revelada na sua vida justa e reta. Uma boa árvore produz bons frutos; um bom coração, atos virtuosos.

. E, de coração, fala verdade. Mesmo os seus pensamentos não revelados, lá no seu coração, são sinceros e verdadeiros. Na câmara de conselhos, escondida no seu íntimo, não há conversações secretas com aquilo que é falso e traiçoeiro. A verdade, no hebraico, não é somente matéria de factos físicos (como "dois e dois são quatro) como também a lealdade, a sinceridade, e a consistência firme.

. Que não difama com a sua língua. Qualquer pessoa que fala mal do seu próximo, sobretudo na sua ausência, é um difamador. Se aquilo que alega na sua maledicência for falso, estará acrescentando a mentira e a calúnia à sua difamação. Se for verdadeiro o que disse maliciosamente contra o seu próximo, é um difamador que rouba o bom conceito de outra pessoa, e que quebra a lei do amor cristão

. Não aceita nenhuma afronta contra o seu próximo. A palavra próximo aqui significa amigo ou companheiro. Há maldade especial em fazer danos até contra aqueles que mais confiam em nós, e dos quais mais gostamos.

 . Aquele a cujos olhos, o réprobo é desprezado. Não vai agradando aos mundanos, fechando os seus olhos às suas maldades, achando certas as praxes deles, quando o que realmente precisam é de uma repreensão franca e aberta (2Reis 3:14).

. Mas honra aos que temem ao Senhor. Disse Calvino: “Há uma virtude incomum honrar aos homens piedosos e crentes, sendo que, na opinião do mundo, tais homens são frequentemente considerados lixo e escória do mundo” (1Coríntios 4:13).

. O que jura com dano próprio, e não muda". Quando faz uma promessa que, segundo ele, depois calcula ou percebe pelas circunstâncias imprevistas, lhe acarretará prejuízos, ainda assim cumpre a sua palavra (Juízes 11:34,35).

. O que não empresta o seu dinheiro com usura. A Lei proibiu o empréstimo de dinheiro a juros, entre israelitas (Êxodo 22:26; Levítico 25:36; Deuteronómio 23:19). Quando era um estrangeiro que pedia um empréstimo, cobrar juros era permitido. O sistema moderno comercial permite que alguém ponha os seus bens a "render”, recebendo da parte de quem os explora comercialmente um tipo de "juro". Em tal situação, a palavra "usura" é aplicada a métodos ilegais de submeter o devedor a taxas ou prestações além do acordado no contrato.

. Nem aceita suborno contra o inocente. Recusa qualquer suborno, como testemunha ou como juiz, quando é feita uma acusação contra urna pessoa inocente. O contrário era o costume no oriente, e trata-se de um pecado muitas vezes condenado pelos profetas (Isaías 1:23; 5.23; Jeremias 22:17; Ezequiel 22:12; Oseias 4:18), e não está totalmente ausente do mundo moderno.

- A Promessa

"Quem faz isto nunca será abalado.” Não é aquele que lê sobre este modo de vida, nem que ouve falar sobre o assunto, mas o que vive à altura (Mateus 7:24-27; João 13:17; Tiago 1:22-25; 2Pedro 1:10,11).

  

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Salmo 90

Este Salmo de Moisés, concede preciosas lições a todos os que perceberam que somos mal orientados se não buscarmos instrução da parte de Deus. A vida é uma escola. Ela ensina-nos a ser inteligentes, calcular riscos, a investir para recebermos mais e especialmente a cuidar de nós mesmos. Mas não é exactamente isso que o vs.12 nos recomenda. Uma vez que o profeta foi inspirado por Deus estamos certos de que essa orientação não pode ser encontrada em nenhuma outra escola.

          Este versículo é uma oração. o tempo não pára. Ele passa. Alguns só se preocupam com o envelhecimento quando reparam quando os anos já passaram. Não ouviram a advertência do pregador: “Lembra-te do Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias…” (Eclesiastes 12.1). Os dias desperdiçados são justamente os que não trouxeram nenhuma lição sábia ao coração. Mesmo que a maioria das pessoas despreze a instrução que vem da parte de Deus, o crente fiel pede que Deus o ensine o que tem importância eterna.

          A sociedade valoriza a informação e a inteligência. Na óptica desta sociedade em que vivemos, quem sabe mais pode resolver problemas mais eficientemente e, assim, tem vantagem. A sociedade reputa mais feliz quem desfruta mais privilégios neste mundo globalizado que promove e enriquece os melhores. Valores secundários, tais como cuidados especiais aos marginalizados e esquecidos têm menos importância. E nem se fala da busca do Reino de Deus em primeiro lugar.

          Neste Salmo, Moisés pede a Deus que ensine a contar os dias, para alcançar um coração sábio. Consideremos alguns elementos chaves nessa oração:

- Somente Deus conhece quantos dias restam da nossa vida. A certeza da morte é inegável. Igualmente certo é o facto de que ninguém sabe em que dia ela virá. Deus, nosso Professor Supremo, conhecedor de todas a coisas, marca a carga horária nesta escola da vida. Ele é quem assina o diploma ou reprova os alunos.

- Os melhores alunos pedem ajuda a Deus para evitar o desperdício do tempo. Dias não contados referem-se a dias não aproveitados, horas em que nada se fez ou não se aprendeu nada de valor. Nenhuma palavra de encorajamento emanou da boca e nenhuma influência sadia impediu alguém de ir em direcção a Deus.

Conclusão: A pessoa que quer aprender a sabedoria de Deus avalia tudo à luz da eternidade.

Salmo 121

    Este Salmo trata da vigilância perpétua de Deus sobre aqueles que se voltam para Ele. É um salmo que nos incentiva a confiar no Senhor em todas as situações.

- O socorro está no Senhor e não nos montes. O salmista faz referência aos cultos idólatras dos baalins que se realizava “nos degraus altos”, como está escrito várias vezes nos livros de Crónicas e Reis.

- Deus guarda os fiéis.

. Ele guarda-nos constantemente (vs.4)

. Ele guarda-nos pessoalmente (vs.5)

. Ele guarda-nos moralmente (vs.7)

. Ele guarda-nos espiritualmente (vs.7)

. Ele guarda-nos em todas as nossas ações (vs.8)

. Ele guarda-nos por toda a eternidade (vs.8b)