quinta-feira, 8 de junho de 2023

A TEOLOGIA DA CRUZ

     O Apóstolo Paulo deixou-nos uma riqueza teológica e ética de um valor incalculável. Quando lemos, por exemplo, as epístolas aos Tessalonicenses vimos Paulo a apelar à santidade. As epístolas aos Coríntios exortam à imitação de Cristo. Aos Romanos somos estimulados a vivermos para a justiça de Deus que há em Jesus Cristo. Aos Colossenses, Paulo lembra a Igreja que Cristo em nós é a esperança da glória.

Mas é aos Filipenses que o Apóstolo fala nas mais profundas verdades espirituais para moldar o perfil e os contornos da vida cristã. Ele escreve sobre uma vida completamente centralizada em Cristo (“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” 1:21).

Paulo adota de bom grado um credo que considera tudo “como perda” em favor de conhecer Cristo, o poder da Sua ressurreição e a participação nos Seus sofrimentos (“Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo.”; “Para conhecê-Lo, e à virtude da Sua ressurreição, e à comunicação das Suas aflições, sendo feito conforme à Sua morte.” 3:7,10).

Fala de um desejo de sepultar o passado e caminhar para as coisas que estão adiante (“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim. Prossigo para o alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” 3:13,14).

E é nos primeiros dez versículos do capítulo três que encontramos o relato da mudança radical de Paulo. E esta mudança começa com a reformulação das ambições e expetativas da sua vida.

A chamada que o Senhor Jesus faz é diferente daquela que os rabis faziam aos seus discípulos. A chamada do Senhor Jesus exige aceitação, entendimento, vida e divulgação. Não é a adoção de uma filosofia e expressá-la por meio de um determinado comportamento. Tão pouco é o cumprimento de certos ritos. Carregar a cruz não é um ritual! É uma chamada para se juntar ao Senhor Jesus e seguir com Ele!

Paulo é intercetado pelo Senhor na estrada de Damasco e confrontado com as questões mais importantes da sua vida:

- Seria a sua missão uma mentira, uma ilusão?

- Aquele a quem ele “perseguia” o estaria desafiando a revelar o Messias crucificado e ressurreto? Ao responder afirmativamente Às duas perguntas, Paulo entrega-se a Cristo e toma a sua cruz!

Neste capítulo três, ele exibe a sua linhagem e os impressionantes recursos de que era possuidor: A sua vida como religioso antes do encontro com o Senhor. Ele fala dos bens que herdara desde o nascimento e dos recursos que obtivera por meio da capacidade pessoal. Ele interpretava a Lei com precisão e provara a sua devoção a essa mesma Lei, ao perseguir os que não a cumpriam, chegando a considerar a ele mesmo “irrepreensível” (3:6).

Mas o que aconteceu a caminho de Damasco assolou aquelas convicções. Os valores judaicos mais elevados, pureza de raça, zelo ardente, moralidade, tornaram-se inúteis para Paulo.

O espantoso veredito a que Paulo agora chega é que o que há de melhor aos olhos dos judeus, nenhum valor tem para ele agora!

As consequências dessa experiência são registadas nos versículos 7 e 8: “Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo.”

Existe uma diferença radical entre o Paulo fariseu e o Paulo cristão. O seu encontro com o Senhor é uma inversão grandiosa. Os seus pontos culminantes transformam-se em abismos, a sua segurança em desorientação, a sua luz em trevas, e as suas qualidades em defeitos.

A cruz exige que sigamos as pegadas de Cristo. Ele abriu mão dos Seus direitos como Deus, enquanto nós, muitas vezes, queremos ter todos os direitos! A cruz exige um não ao egoísmo, um não ao eu!

Paulo abandona o “eu” em prol de uma Pessoa e de um propósito: Descobrir Cristo e conhecê-Lo (“Para conhecê-Lo, e à virtude da Sua ressurreição…” 3:10). O seu desejo agora não é perseguir aqueles que seguiam o Senhor, mas antes o seu desejo é compartilhar uma vida íntima e absoluta com o Senhor ressuscitado!

A renúncia a um estilo de vida (“…não tendo a minha justiça que vem da Lei…” 3:9), a favor de outro estilo (“…a saber, a justiça que vem de Deus pela fé.” 3:9).

Isto é o que (devia) ocorre quando renunciamos ao nosso “eu” ao aceitarmos o perdão do Senhor Jesus.

O mundo precisa desesperadamente de uma espiritualidade autêntica como a de Paulo. Neste tempo que estamos a viver, Deus anseia por pessoas que dêem um passo em frente, tomem a cruz e O sigam!

AVIVADOS

     Estamos numa época de graça e favor sobrenatural de Deus. Deus deseja para nós vivermos uma vida plena, alegre e com propósito. Para que isso seja eficaz na nossa vida precisamos de acreditar que a graça e o favor de Deus estão lá para nos receber.

Enquanto os israelitas estavam em cativeiro, desesperados e humilhados, Esdras escolheu ver graça e o favor de Deus, mesmo que as circunstâncias lhe dissessem que ele deveria estar-se sentindo condenado e derrotado (Esdras 9:8,9).

Para que Cristo nos transformar a partir das nossas humilhações e erros do passado, temos de acreditar na graça e no favor de Deus para as nossas vidas. Precisamos de dizer "adeus" para uma mentalidade de vítima, e derrota e, escolher ver as bênçãos e oportunidades que Deus tem para nós.

Para muitos de nós, este processo de derramamento de mentalidades e atitudes velhas é uma longa jornada. Para outros, pode ser mais rapidamente. Mas, não importa a nossa situação atual, todos nós somos filhos de Deus! Fomos todos salvos por Jesus e designados como família de Deus. Somos parte de uma comissão que é banhada por graça de Deus e Seu favor!

sábado, 27 de maio de 2023

TRÊS COISAS QUE PODEM FAZER COM QUE NOS PERCAMOS

 

Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há-de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.”  Hebreus 10:37-39


 1. Cansaço. O Senhor Jesus disse a Pedro: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.” Lucas 22:31,32

2. Medo. Há dias em que a “montanha” parece demasiado alta para a subirmos, e sentimo-nos tentados a desistir. Mas, depois uma voz sussurra: “Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde queres que andares.” Josué 1:9

3. Conforto. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

          O conflito e os tempos difíceis mantêm-nos alerta, e em espírito de oração. Demasiado conforto pode seduzir-nos a contentar-nos com menos que o nosso objetivo.

CONCLUSÃO: Por tudo isto, continuemos a caminhar para o que Deus nos tem preparado! “Prossigo para o alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3:14

terça-feira, 16 de maio de 2023

A IMAGEM DA IGREJA

    Pensemos na imagem da Igreja. Não na imagem de uma Igreja em particular, mas da Igreja no geral. Como é conhecida nestes dias, o que é dito sobre ela nos tempos em que vivemos, em particular na nossa cidade, vila, freguesia. Quero fazer algumas perguntas importantes, e para isso, existe uma história na Bíblia que me inspira:

Quando a rainha de Sabá percebeu o quanto Salomão era sábio e viu o palácio que ele havia construído, a comida que era servida às mesas do rei, os alojamentos e a organização dos seus oficiais e servos, os trajes esplêndidos que vestiam, os copeiros da corte e as suas roupas, e os holocaustos que Salomão oferecia no templo do Senhor, ficou muito admirada. O contexto desta passagem é que a rainha de Sabá tinha ouvido falar da sabedoria e riqueza de Salomão, mas ela não acreditava que isso fosse verdade, então decidiu ir ver com os seus próprios olhos. Como era uma pessoa que tinha recursos, preparou uma grande oferta e foi visitá-lo; então, falou com ele e o fez muitas perguntas, as quais Salomão respondeu com sabedoria divina. Neste ponto, ela fica surpresa e diz a ele que o que está vendo supera todas as coisas boas que já tinha ouvido falar a seu respeito.

Por quais características somos conhecidos?

A rainha conhecia Salomão pela sua riqueza e a fama sobre como Deus o abençoou era muito positiva. Contudo, ao trazer isso para os nossos dias, numa altura em que estamos ouvindo muito sobre a Igreja, creio que a nossa reputação não seja inteiramente positiva, talvez até negativa. Se eu levasse um microfone para as ruas e perguntasse algo sobre Igreja, se usasse a palavra “cristão”, qual seria a primeira coisa que sairia da boca das pessoas? Eu não penso que as pessoas falariam palavras de amor, alegria ou aceitação. Não penso que seriam palavras que nos definisse como pessoas contemporâneas, mas como pessoas ultrapassadas, fanáticas e fundamentalistas.

 Mas isso é algo que acredito que podemos e devemos mudar. É nossa responsabilidade que quando as pessoas venham à igreja sejam surpreendidas e completamente tomadas pelo amor de Deus, sem preconceitos, sem acusação, sem precisar lembrá-las dos seus erros, até porque já os conhecem.

É minha paixão, coração e desejo que quando as pessoas que já ouviram barbaridades sobre a Igreja visitem a nossa casa, possam ver os nossos braços abertos a recebê-los. E que saiam, dizendo: “Não era isso o que eu esperava. O mundo tem uma visão distorcida, porque o que eu experimentei foi totalmente diferente ao que é dito lá fora”.

Como devemos ser conhecidos?

O Senhor Jesus dá a resposta:

Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, como eu os amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros.” João 13:34,35

É muito simples: devemos ser conhecidos pelo amor. Não apenas por como amamos os nossos irmãos na fé, mas também pelo modo em que amamos aqueles que não são cristãos. “

Jesus nos dá, dentro da resposta, a chave e o caminho para amar: “Vocês devem amar como eu amei vocês”. Portanto, não é com nosso amor que devemos amar, mas com o amor d’Ele. E como ele nos amou? Ele deu tudo, sem restrições, com um amor genuíno que estava disposto a pagar o preço; Ele amou aceitando a todos nós com um amor eterno. Esse mesmo amor deve ser a imagem da Igreja. Mas creio que se fizéssemos uma pesquisa hoje, a palavra amor não estaria entre as primeiras vinte palavras que muitos usariam para nos definir. Isso precisa mudar e somos nós que devemos gerar a mudança.

 Podemos amar uma pessoa que não concorda connosco? Não estávamos de acordo com Deus, mas, mesmo assim, nos amou.  

Estamos amando como Jesus nos ama?

Se não está sendo assim, penso que estamos falhando. Nós não temos que concordar com a filosofia e mentalidade dos outros, o mundo não mudará desta maneira, o mundo mudará quando passarmos a amá-lo. É o amor ao próximo que nos identifica como seguidores de Jesus.

Sou apaixonado pela excelência, porque acredito que é parte da nossa responsabilidade fazer tudo de maneira bem-feita. Porém, não quero que sejamos conhecidos pelos nossos cultos. Que a nossa Igreja não seja conhecida porque Deus opera milagres entre nós. Que não sejamos conhecidos pela nossa música, nem por bons pregadores. Que o amor que temos por todos seja o motivo por sermos conhecidos.

Se não somos uma igreja de amor, seremos uma igreja de redes sociais. Faremos muito ruído que não irá capturar a atenção de ninguém, muito barulho sem influência, sem vidas transformadas, sem um mundo alcançado por amor. Nós não somos chamados a fazer barulho, somos chamados para, através de nós, Deus transformar pessoas, logo, é essencial que sejamos conhecidos em primeiro lugar pelo nosso amor.

    Deus nos deu a responsabilidade de cuidar da imagem da Igreja. Nós representamos o amor eterno de Deus!

segunda-feira, 3 de abril de 2023

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

A presença do Espírito Santo no salvo não é o Batismo no Espírito Santo (Romanos 5:5). Este versículo atesta que o Espírito Santo habita no crente salvo, como resultado da justificação, do arrependimento e conversão. Mas isto não é ainda a experiência do batismo no Espírito Santo.

          Os crentes em Samaria (“Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.” Atos 8:12) já eram salvos pela pregação de Filipe e, portanto, já possuíam o Espírito Santo, mas ainda não eram batizados no Espírito Santo. Só foram batizados com a ida de Pedro e João (Os Apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus. Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.” Atos 8:14-17).

          Os crentes em Éfeso já eram salvos, mas só foram batizados no Espírito Santo quando Paulo foi lá e lhe impôs as mãos (“E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles lhe disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E. impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas, e profetizavam.” Atos 19:1-7).

- O que pode acontecer quando se vive sem o batismo no Espírito Santo?

. Perde-se muito da comunhão com Deus.

. Perde-se muito da edificação espiritual.

. Perde-se muito da vida vitoriosa que Deus quer que vivamos.

Conclusão:

. A promessa é para todos os salvos (“Porque a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, e tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” Atos 2:39)

. No Dia de Pentecostes todos os que estavam no cenáculo foram batizados (“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” Atos 2:4)

. Em casa de Cornélio, todos foram batizados (“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviram a palavra.” Atos 10:44)

Deus “aconselha” todos a serem batizados (“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” Efésios 5:18)

sexta-feira, 31 de março de 2023

AS TRÊS ÁRVORES

      Havia, no alto de uma montanha, três árvores que sonhavam sobre o que seriam depois de grandes.

A primeira, olhando para as estrelas, disse: “Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros!”.

A segunda, olhando para o rio, suspirou: “Eu quero ser um navio grande e transportar reis e rainhas!”.

A terceira, olhou para o vale, disse: “Eu quero ficar no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus”.

Muitos anos se passaram e, um dia, uns lenhadores cortaram as árvores, e todas as três estavam ansiosas para serem transformadas naquilo que sonhavam.

Aquela que queria ser o baú mais precioso do mundo acabou sendo transformada numa manjedoura de animais, coberto de feno.

Aquela que queria ser um navio grande e transportar reis e rainhas virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

E aquela que queria crescer sobre todas as demais árvores e fazer as pessoas se lembrarem de Deus foi cortada em vigas grossas e colocada num armazém.

Então, todas perguntaram, desiludidas e tristes: “Porque é que isto nos aconteceu?”. Mas, a história dessas árvores não acaba assim.

Numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou o seu bebé recém-nascido naquela manjedoura, e de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo, como tanto sonhara. “E [Maria] deu à luz a seu filho primogénito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2:7).

A segunda árvore acabou transportando um Homem que terminou dormindo no barco, mas, quando a tempestade quase afundou o barco, o Homem levantou-Se e disse: “Paz”. E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o Rei do Céu e da Terra! “E [os discípulos] sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:41).

Algum tempo mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando as suas vigas foram unidas em forma de cruz e um Homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado, não um homem qualquer, mas um Homem que seria o presente de Deus para a salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e do Seu Filho ao olharem para ela. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1Coríntios 1:18).

As árvores haviam tido sonhos e desejos... Mas, a sua realização foi infinitamente maior do que haviam imaginado. Não importa o tamanho do teu sonho, da tua visão, acreditando, a tua vida ficará muito melhor de ser vivida.

 “Ora, Àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.”

Efésios 3:20

Então, nunca penses que é tarde demais. Nunca

ADÃO e EVA

     Antes de pecarem Adão e Eva tinham prazer na presença de Deus e tinham comunhão com Ele. Depois de pecarem contra Deus, escondem-se d 'Ele cheios de medo.

Mas o Senhor os ama e vai à sua procura. Esta pergunta de Deus não é feita por desconhecer onde estavam Adão e Eva. Deus sabia muito bem onde eles estavam, o que Deus desejava era despertá-los para a sua situação espiritual. O Senhor queria que eles reconhecessem que o pecado havia produzido uma modificação profunda nas relações entre eles e Deus.

Assim deve acontecer connosco. É (foi) preciso reconhecer a realidade do pecado na nossa vida. Que o pecado nos separa de Deus (Romanos 3:23).

- Reconhecer que sou um pecador (Lucas 15:17)

Enquanto não reconhecemos que somos pecadores, e que o pecado nos afasta de Deus e nos levará à perdição eterna, não estaremos em condições de conseguir a reabilitação espiritual.

- Confessar os teus pecados e estar disposto a fazer a vontade de Deus (Lucas 15:18,19)

Tu és esse filho pródigo. Enquanto não voltares para Deus, arrependido, não voltará a alegria ao coração de Deus.

Quanta tristeza vai no coração de Deus ao ver que os homens se afastam cada vez mais d 'Ele.

A pergunta de Deus a Adão "Onde estás?", era também a voz que buscava a restauração dos nossos primeiros pais. Não foi uma voz pesada e rude, não. Foi antes uma voz suave e mansa, amiga, convidando o homem a voltar à comunhão com Deus.

Assim se revela a graça e a misericórdia de Deus para com o pecador, porque Ele não deseja que ninguém se perca (1Timóteo 2:4).

Conclusão: Ainda hoje a voz de Deus está soando "Onde estás? ".

Que irás responder? Poderás responder como Adão, mas dessa forma não resolverás o teu problema.

É preciso que respondas: "Aqui estou eu, consciente de que sou um pecador, que nada mereço, mas recebo tua graça e estou disposto a aceitar o teu sacrifício lá na cruz.”

Faz isto e sentirás uma paz profunda a invadir a tua alma. São os teus pecados que foram perdoados!

sábado, 11 de março de 2023

AS PRAGAS

     Deus enviou as pragas, em resposta a uma pergunta de Faraó: “Quem é o Senhor?” (Êxodo 5:2). Deus queria que o Egipto soubesse que não existia Deus senão o Senhor. Deus queria destronar os deuses pagãos que o Egipto possuía, e também, através das pragas libertar o Seu povo. O objetivo do Senhor é proclamar o Seu nome em toda a Terra, porque o que acontecia no Egipto (o mundo da época) toda a Terra ficaria sabendo. Todas as pragas (excepto a dos primogénitos) tinham como objetivo envergonhar os falsos deuses.

A praga das águas tornando-se em sangue (Êxodo 7:19-25). O rio Nilo para os egípcios era um deus. Achavam que as águas do Nilo eram abençoadoras e purificadoras. Então Deus fez com que as águas se tornassem em sangue para destronar esse deus.

A praga das Rãs (Êxodo 8:1-15). Esta praga estava relacionada à deusa da fertilidade que “atuava” na terra, na lavoura, nos animais. Para os egípcios, as rãs também representavam deuses. Deus manifesta juízo sobre mais um deus estranho.

As pragas dos piolhos, das moscas e das úlceras (Êxodo 8:16-19; 8:20-32; 9:8-12), estão relacionadas à "mãe terra" que era considerada uma divindade. Note que na praga dos piolhos, Arão estende a vara e fere o pó da terra, e essa se torna em piolhos. Deus estava querendo mostrar com isso que a Sua palavra de correção (vara) fere e destrói todos os conceitos pagãos. Nota-se que até a praga das rãs, os magos também estavam realizando os seus encantamentos, e faziam as mesmas coisas que Moisés e Arão. Mas a partir das pragas do piolho a coisa foi diferente, eles reconheceram que era o dedo de Deus, ou seja, Deus só deixa satanás agir até onde ele quiser. Note que o diabo é um imitador das coisas de Deus, mas a última palavra é do Senhor.

A praga dos animais (Êxodo 9:1-12). Os egípcios também adoravam os animais, os touros, as vacas para eles eram sagradas. Eles criam que esses animais eram protetores do Egipto. Quando Deus enviou essa praga sobre os animais, não foi com o objetivo de punir os animais, mas para mostrar que os animais não eram deuses, e muito menos proteger o Egipto. Logo, mais um conceito pagão foi destruído.

As pragas da saraiva. E dos gafanhotos (Êxodo 9:22-35; 10:12-20). Estavam relacionadas com a deusa da agricultura. Na praga dos gafanhotos no vs. 12, fica bem claro quando o Senhor diz: "Estende a tua vara sobre a terra do Egipto para que os gafanhotos venham, e comam toda a erva da terra, tudo o que deixou a saraiva." Nota-se que a ira de Deus foi tão implacável sobre a deusa pagã da agricultura, que Deus manifestou juízo contra ela duas vezes. Primeiro a saraiva, que não destruiu a plantação toda, e depois vieram os gafanhotos e destruíram toda erva da terra, e todos os frutos das árvores. Porque quando veio a saraiva, eles pensaram: "Nossa deusa é forte, olha quantas árvores com frutos e ervas pra nos alimentarmos. Com certeza ninguém pode resistir a nossa deusa da agricultura". Logo, Deus destruiu totalmente as plantações e com isso a falsa divindade.

A praga das trevas (Êxodo 10:21-29). O povo também adorava o deus Rá, que era o deus sol. Deus fez com que o sol desaparecesse, e houve três dias de trevas. Mais uma vez o nome de Deus glorificado diante dos falsos deuses.

A praga da morte dos primogénitos (Êxodo 12:29-36). Israel era para Deus o Seu primogénito, Seu primeiro povo, povo escolhido por Ele para exercer o Seu sacerdócio aqui na Terra. Faraó estava afligindo o povo de Deus, o Seu primogénito (Êxodo 4:22). Então Deus tocou nos primogénitos dos egípcios inclusive no de Faraó, para mostrar o quanto aquele povo era importante pra Deus. O Senhor queria mostrar para Faraó que aquele povo era a menina dos Seus olhos, e que quaisquer que se levantasse contra eles padeceriam.

Em todas essas manifestações de juízo aos deuses pagãos, vemos claramente as manifestações das misericórdias para com o Seu povo. Quando observamos que de tudo que sobreveio aos egípcios, Deus guardou o Seu povo.

Desde a primeira praga até à última. Isso nos mostra o quanto é importante estarmos guardados no esconderijo do Altíssimo. Se em nossa vida tiver o sinal do Sangue do Cordeiro, o anjo da morte passará e não nos tocará. Com isso fica bem claro que, o que sucede ao ímpio, não sucede ao justo.

ARREBATAMENTO DE ELIAS

     Deus revelou a Elias que seria arrebatado, e não só a Elias, como também a Eliseu e aos profetas (“Então os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor por cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.” 2Reis 2:3).

Assim também Deus através da Sua Palavra revela que Jesus virá arrebatar a Sua Igreja. Este facto está profetizado 318 vezes na Palavra de Deus.

Poderemos dizer como Eliseu "Eu também sei"? Não sabemos nem o dia nem a hora, mas devemos estar preparados para a qualquer momento subirmos. A nossa atitude deve ser como a de Elias, ou seja, devemos estar em plena atividade até ao dia do arrebatamento. Elias estava sempre preparado e não precisava de tempo para uma preparação especial, pois para ele serviço divino era expressão de uma vida em íntima comunhão com o Senhor.

Na vida de Elias encontramos três lugares que ele visitou no seu último dia aqui na Terra, que para nós tem muito significado espiritual.

- Gilgal (“Sucedeu, pois, que, havendo o Senhor de elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu com Eliseu de Gilgal.” 2Reis 2:1) - Era o lugar onde Elias estava quando recebeu a notícia que iria ser arrebatado. Foi em Gilgal que Samuel sacrificou (“Tu porém descerás de diante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, e para oferecer ofertas pacíficas; ali sete dias esperarás, até que eu venha a ti, e te declare o que hás de fazer.” 1Samuel 10:8). Este lugar simboliza o Calvário, onde o Senhor Jesus foi sacrificado para que nós fossemos os escolhidos (Josué 5:9).

- Betel (“E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel…” 2Reis 2:2) - Foi o primeiro lugar onde Elias foi enviado. Betel foi o lugar onde Jacó mandou que todos os deuses estranhos fossem tirados (Génesis 35:4,5). E isto é importante que aconteça em cada um de nós antes que Jesus venha. (“Ora amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temos de Deus.” 2Coríntios 7:1)

- Jericó (“E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó…”2Reis 2:4) - O segundo lugar para onde Elias foi enviado. Este lugar lembra-nos a vitória do povo de Israel (Josué 6:20,21), e a Bíblia diz que aquele que vencer se irá assentar no trono com o Senhor (“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no Seu trono.” Apocalipse 3:21).

- Jordão (“E Elias disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou ao Jordão…” 2Reis 2:6) - O último lugar a ser visitado. O rio Jordão era o rio divisório para a terra de Canaã (Josué 3:15-17). Sendo esta terra um símbolo da vida em abundância dada pelo Espírito Santo. É importante que tenhamos sempre a operação do Espírito Santo como uma realidade na nossa vida (Romanos 8:9), pois só assim as nossas candeias poderão estar acesas (Mateus 25:7).

Quando Elias foi arrebatado, foram enviados 50 homens a procurá-lo (2Reis 2:16), mas depois de 3 dias de busca regressaram sem o encontrar (2Reis 2:17). Quando Jesus nos levar, também não adianta as pessoas nos procurarem, pois também não nos vão encontrar, pois já estaremos para sempre com o Senhor!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A Ceia do Senhor: Passado, Presente e Futuro

 1Coríntios 11:23-28

Os discípulos de Cristo são privilegiados ao participarem com Ele da Ceia do Senhor. Deste modo, ligamos o passado, o presente e o futuro.

Passado: Olhamos para trás, para o sacrifício que Jesus fez na cruz. Entendemos isto como sendo o fundamento e o centro da nossa salvação. Cada um que participa da Ceia do Senhor deverá examinar-se para estar certo de que está participando de maneira correta, discernindo o verdadeiro significado do memorial. A palavra "indignamente" é frequentemente mal-entendida. Ela não descreve a dignidade da pessoa. Esta palavra descreve o modo de participar.

Presente: Quando meditamos no terrível preço que o Senhor Jesus pagou para nos redimir dos nossos pecados, a nossa decisão de resistir à tentação é fortalecida. É imperativo que esqueçamos as preocupações mundanas e prestemos atenção exclusivamente à morte de Cristo. Se tratarmos a Ceia do Senhor como um mero ritual, ou se a tomarmos levianamente e deixarmos de meditar no seu significado, condenamo-nos diante de Deus.

Futuro: Entendemos que a morte do Senhor Jesus é a base da nossa esperança, e assim proclamamos a nossa fé nele quando olhamos em frente para a volta do Senhor e para a nossa salvação eterna. A pessoa que não leva a sério esta comemoração está brincando com o sacrifício de Cristo e está se condenando por não discernir o corpo de Cristo. Por esta razão, devemos ser muito cuidadosos cada vez que participarmos da Ceia do Senhor. 

          Porque o come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto, há entre vós muitos fracos e doentes.” 1Coríntios 11:29,30

DEUS É LUZ

 O caráter de uma pessoa estará determinado necessariamente pelo caráter do “deus” a quem adora e, portanto, João começa descrevendo a natureza do Deus que é Deus e Pai de Jesus Cristo, e a quem todos os cristãos adoram. Deus — diz João — é Luz, e n’Ele não há trevas. O que nos diz, pois, a afirmação de que Deus é Luz?

(1)Diz-nos que Deus é glória e esplendor. Não há nada tão glorioso como um brilho de luz que penetra nas trevas. Dizer que Deus é Luz nos fala do esplendor e da radiante glória de Deus (“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada, nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre.” Apocalipse 22:5).

(2) Diz-nos que Deus nos revela. A luz vê-se. A mais genuína característica da luz é que se difunde por si mesma, iluminando as trevas que a rodeiam. Dizer que Deus é luz significa que não há nada secreto, furtivo, encoberto ao redor. Deus quer que os homens O aceitem e O conheçam (“Porque Deus quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” 1Timóteo 2:4).

(3) Fala-nos da pureza e da santidade de Deus. A luz clara é o autêntico símbolo da sua pureza resplandecente. Não há trevas que ocultem algum mal secreto em Deus; nem sombra de nada que essa luz tema. A evidência de que Deus é Luz surge para nós da pureza imaculada e a imaculada santidade do Deus totalmente Santo (“Eu Sou o Senhor, vosso Santo, o Criador, vosso Rei.” Isaías 43:15).

(4) Fala-nos do guiar de Deus. Uma das mais importantes funções da luz é guiar e tornar fácil o caminho; assinalar o caminho para partir. O caminho iluminado é o caminho sem tropeços. Dizer que Deus é Luz significa dizer que Deus oferece guia aos passos do homem (“O Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos, e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.” Isaías 58:11).

(5) Fala-nos da qualidade reveladora na presença de Deus. A luz é a grande reveladora das falhas que as sombras ocultam e só ficam a descoberto pela luz. Manchas que nunca poderiam ver-se na escuridão ficam a descoberto pela luz (“…nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.” Mateus 10:26). A luz revela as imperfeições de qualquer material ou trabalho do homem. Da mesma maneira ficam à vista de Deus as imperfeições da nossa vida.

Conclusão: Nós nunca poderíamos conhecer a nossa situação anterior, antes de aceitarmos Jesus Cristo como nosso Salvador, até vê-la na reveladora luz de Deus! (Atos 2:37).

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

COMO NEEMIAS OROU

 Neemias estava servindo como copeiro do rei Artaxerxes na Pérsia quando recebeu más notícias. Os seus companheiros judeus que tinham voltado para Judá estavam sofrendo terrivelmente nas ruínas de Jerusalém. Quando ele soube da situação, lamentou, jejuou e orou (1:5-11). Na sua oração encontramos quatro aspetos importantes para nós.

- Ele reconheceu a exaltada posição de Deus (vs.5). Neemias estava aproximando-se do Senhor, e sabia que Ele era o “Deus dos céus, Deus grande e temível” (Isaías 33:5; 57:15).

- Ele reconheceu a humilde posição do homem (vs.6,7). Diferente de alguns homens arrogantes dos dias de hoje, que agem como se não tivessem pecado e tivessem o direito de dar ordens a Deus, Neemias entrou na presença de Deus com grande humildade. Ele confessou os seus próprios pecados e os do seu povo. Ele não fez, nem podia fazer, exigências. Ele era um suplicante indefeso e humilde, que reconhecia a enorme distância entre o Deus perfeito e os homens pecadores.

- Ele baseava a sua petição na absoluta fidelidade de Deus (vs.8-10). Neemias não tentou Deus a mudar, porque Deus já é perfeito e justo. Deus cumpre as Suas promessas. Sofrimento do povo não era uma falha de Deus, mas o resultado do pecado deles próprios. Esta mesma fidelidade de Deus foi a base da esperança de Neemias. Ele sabia que tão certo como Deus tinha cumprido as promessas de castigar, Ele cumpriria as Suas promessas de resgate do Seu povo escolhido (Deuteronômio 4:31).

- Ele pediu com fé (vs.11). Finalmente, Neemias faz o seu pedido. Ele pediu a Deus uma porta aberta para que ele ajudasse o seu povo. Ele estava preparando-se para pedir ao rei para deixá-lo ir a Jerusalém para reconstruir os muros da cidade. Neemias colocou a sua confiança no Senhor, que é poderoso para abençoar os planos daqueles que verdadeiramente confiam n’Ele.

Precisamos de orar com a mesma humildade e fé de Neemias. Não temos o direito de fazer exigências a Deus, mas temos o privilégio de poder falar com Ele em oração!

sábado, 14 de janeiro de 2023

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Na Parábola do Semeador (Mateus 13:1-9) é possível perceber claramente a forma com que Ele aplicou elementos do cotidiano das pessoas que ouviam as Suas palavras. A figura do semeador que saiu a semear realmente era muito familiar.

O semeador semeava as sementes com a própria mão, e inevitavelmente algumas sementes acabavam caindo pelos pequenos caminhos que cortavam os campos. Esses trilhos não eram alcançadas pelo arado e os agricultores utilizavam-nas para percorrerem a plantação. O solo desses caminhos era duro e as sementes não penetravam nele. Por isso facilmente serviam de alimento para os pássaros.

O Senhor Jesus também diz que algumas sementes caíram no meio das pedras. Essa era uma característica típica da Palestina. Havia muito solo rochoso que acabava ficando muito próximo do terreno de cultivo. As sementes que caíam nessa parte do solo logo brotavam por causa da fina camada de terra. Mas pela falta de raízes, acabavam definhando com o sol.

Por vezes algumas raízes de espinhos também tomavam parte do terreno de uma plantação. Essas ervas daninhas acabavam sufocando parte das sementes.

Mas as sementes que caíam em solo fértil germinavam e produziam bons resultados.

Há aqui já há uma clara indicação do significado de três elementos dessa parábola. Primeiro, a semente da Parábola do Semeador é uma representação da Palavra de Deus. Segundo, o semeador é uma figura do próprio Cristo e, consequentemente, de todo aquele que se ocupa do serviço de proclamar o Evangelho. Terceiro, o terreno citado na Parábola do Semeador, cada qual com sua particularidade, é uma indicação do coração humano.

A Parábola do Semeador traz lições muito importantes derivadas do seu significado principal. Aqui destacamos três delas. Em primeiro lugar, a Parábola do Semeador ensina que a semente do Evangelho alcança diferentes terrenos e apresenta resultados distintos em cada um deles. A maioria das pessoas, por diversos motivos, não recebe as boas novas para a salvação.

Algumas pessoas possuem um coração insensível que não responde positivamente ao convite do Evangelho. Essas pessoas nem mesmo refletem na mensagem anunciada.

Outras possuem um coração impulsivo que no calor da emoção acaba recebendo superficialmente a mensagem. Uma vez que a emoção passa, essas pessoas voltam à sua antiga vida de pecado.

Outras pessoas possuem um coração muito ocupado com as coisas desta vida. Ludibriadas com desejos terrenos e ilusões de riquezas, essas pessoas desprezam o verdadeiro tesouro que poderiam encontrar.

Mas finalmente há aquelas pessoas que possuem um coração bem preparado, um coração que responde positivamente à Palavra de Deus.

Consequentemente, em segundo lugar, é inegável que essa parábola destaca, entre outras coisas, a responsabilidade humana. A responsabilidade pelo resultado da germinação da semente é colocada na condição do solo. O caráter do ouvinte determina o efeito da Palavra sobre ele.

Na Bíblia a soberania de Deus jamais é vista como um problema à responsabilidade humana. Na verdade, a Parábola do Semeador trata essa questão com muita naturalidade. Enquanto a responsabilidade humana é enfatizada na forma com que cada pessoa responde à mensagem do Evangelho, a soberania de Deus é enfatizada na verdade de que o bom solo que recebe apropriadamente a semente é aquele que, primeiro, foi preparado.

O coração que recebe eficazmente a semente do Evangelho não é comparado ao solo duro dos caminhos que cortavam os campos; não é comparado ao solo rochoso; também não é comparado ao solo infestado de raízes espinhosas. O coração cujo Evangelho cria raízes é comparado ao bom solo. Obviamente o bom terreno de uma plantação é aquele devidamente arado e tratado para receber a semente.

Nesse ponto é possível dizer que a Parábola do Semeador aponta para a obra do Espírito Santo. Ele é quem prepara e regenera o coração do homem, tornando-o boa terra para a semente do Evangelho. Ele é quem aplica a obra redentora de Cristo no pecador.

Em terceiro lugar, a Parábola do Semeador mostra que a frutificação é uma marca do verdadeiro cristão. Todo o genuíno discípulo de Jesus Cristo necessariamente irá frutificar para a glória de Deus. O próprio Senhor Jesus fala claramente disso na alegoria da Videira e os Ramos (“Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu Sou a videira vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mi nada podereis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverem em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto, e assim sereis meus discípulos.” João 15:1-8). Todavia, o grau de frutificação não é igual para todos. Uns produzem cem por cento; outros sessenta; e outros trinta. Mas o importante é dar fruto!