quarta-feira, 24 de junho de 2020

PORTADORES DE MUDANÇA


Hoje muitos têm medo de que aqueles que saem em público sejam portadores deste vírus que é contagioso e está afetando milhares de pessoas. E esta mensagem chama-se “Portadores de Mudança” porque também carregamos algo nos nossos corações. Somos portadores do Reino de Deus. Somos portadores do Evangelho. Somos portadores de vida. Somos portadores de propósito. Somos portadores de promessas divinas.
E como ser um portador de mudança? Nestes tempos do Profeta Miquéias, Israel estava dividido em dois reinos. O Reino de Israel e o Reino de Judá.
Miquéias foi usado por Deus para desafiar os profetas e os líderes de Israel. Porquê? Porque eles tinham-se tornados corruptos, oprimiam os pobres, e porque Israel experimentava injustiça como nunca antes se tinha visto. Havia despertado uma desigualdade na sociedade, uma desigualdade no povo de Israel. Por isso era importante que Miquéias lembrasse Israel aquilo que haviam esquecido.
Ele começa por dizer “Ele te declarou, ó homem o que é bom, e que é que o Senhor pede de ti…”. Por outras palavras, ele está dizendo: “Vocês já sabem o que devem fazer. Já sabem como devem viver. Vocês já receberam as instruções:”
Mas qual era então o problema? O sistema do mundo tinha nublado a vida dos israelitas.
Como seria hoje em dia a nossa sociedade se os cristãos vivessem simplesmente de acordo com aquilo que Deus já lhes disse ou mandou fazer? Vivendo de acordo como Deus nos mandou viver? Muitas vezes queremos uma nova palavra da parte de Deus; queremos que Deus nos diga algo de novo. Queremos uma palavra que fale à nossa situação atual, que nos diga o que devemos fazer e como devemos caminhar. Mas creio que enquanto esperamos uma nova palavra da parte de Deus, Ele está esperando que caminhemos conforme a última palavra que Ele nos deu, conforme o que já nos falou e o que já disse que devemos fazer.
É extremamente importante lembrar que temos que viver conforme as instruções que Deus nos deixou na Sua Palavra. Por isso, que neste versículo há três coisas que Miquéias diz que eram necessárias que Israel fizesse, e que é necessário que nós façamos, como filhos de Deus como portadores de mudança.
Em primeiro lugar, depois de Miquéias lhes dizer que já sabem o que devem fazer e o que Deus espera deles, ele diz-lhes que pratiquem a justiça.
No Evangelho justiça significa um relacionamento reto, tanto com Deus como o próximo. Como seguidores de Jesus devemos entender que estamos neste mundo para estabelecer justiça. Estamos neste mundo para que a vontade de Deus seja feita ao nosso redor. Por isso temos de entender que a mudança começa em nós. Nós somos chamados a romper barreiras. Como praticar a justiça? Ver as pessoas como Deus as vê, amar as pessoas como Deus as ama, aceitar as pessoas como Deus as aceita, tratar as pessoas como Deus as trata.
Não nos devemos focar no passado das pessoas, nas suas imperfeições. Jesus deu a Sua vida por todo o mundo, um mundo pecaminoso. Ele abriu os Seus braços para que aquele que quiser se possa aproximar d’Ele. Ele ama as pessoas tal como elas são, mas as ama demasiado para as não deixar como estão quando elas se aproximam. E temos que praticar justiça, amando como Deus ama, ver como vê, acreditar nas pessoas como Deu acredita nelas. E apontá-las à cruz do Calvário, porque o único que pode transformar as suas vidas é Jesus. Praticar justiça é eliminar a desigualdade. É eliminar as etiquetas que pomos nas pessoas.
Em segundo lugar, amar a misericórdia. E isto significa um amor prático por aquele que sofre. Um amor que praticamos, não um amor de teoria, não um amor de teologia. Romanos 12:8, diz que aquele que “…exercita misericórdia, faça-o com alegria.” Um amor prático leva-nos a viver e a demonstrar o Evangelho de tal maneira que somos os pés e as mãos de Cristo, para fazer a diferença. Não mostremos apenas misericórdia, mas também amemos mostrá-la!
Em terceiro lugar, Miquéias diz “…que andes humildemente com o teu Deus.” Somos tolerantes quando vemos as falhas nos outros, os erros nos outros, as fraquezas dos outros? A humildade precisa de ter um foco generoso e não um foco egoísta. Filipenses 2:3: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” Ser humilde nos leva a viver de tal maneira, que sempre vamos ter uma perspetiva externa. Sempre colocaremos as necessidades dos outros acima das nossas. Vamos entender que não somos superiores a ninguém. Não importa o título que temos, as experiências que temos, os sucessos que alcançámos. Deus vê todos da mesma maneira.
Quando nós descobrirmos realmente quem somos nos humilharemos, pois não teremos nada para nos exaltarmos. A humildade em nossa vida produz um coração ensinável. A humildade nos posiciona para coisas maiores (“Aquele que se humilhar Eu o exaltarei.”). A humildade liga-nos a outras pessoas. A humildade leva-nos a depender de Deus.
Devemos entender que somos portadores de mudança. Devemos praticar a justiça. Que não se encontre uma gota de descriminação nos nossos corações. Que vejamos as pessoas como Deus as vê. Amemos a misericórdia, entendendo que devemos atuar com amor prático. E vamos caminhar humildemente diante de Deus, dependendo totalmente d’Ele para que as nossas vidas possam brilhar, e para que as nossas vidas possam apontar para um Deus que as pessoas desejem também!

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