Na
Parábola do Semeador (Mateus 13:1-9) é possível perceber claramente a forma com que Ele aplicou
elementos do cotidiano das pessoas que ouviam as Suas palavras. A figura do
semeador que saiu a semear realmente era muito familiar.
O semeador semeava as sementes com a própria mão, e inevitavelmente
algumas sementes acabavam caindo pelos pequenos caminhos que cortavam os
campos. Esses trilhos não eram alcançadas pelo arado e os agricultores
utilizavam-nas para percorrerem a plantação. O solo desses caminhos era duro e
as sementes não penetravam nele. Por isso facilmente serviam de alimento para
os pássaros.
O Senhor Jesus também diz que algumas sementes caíram no meio
das pedras. Essa era uma característica típica da Palestina. Havia muito solo
rochoso que acabava ficando muito próximo do terreno de cultivo. As sementes
que caíam nessa parte do solo logo brotavam por causa da fina camada de terra.
Mas pela falta de raízes, acabavam definhando com o sol.
Por vezes algumas raízes de espinhos também tomavam parte do
terreno de uma plantação. Essas ervas daninhas acabavam sufocando parte das
sementes.
Mas as sementes que caíam em solo fértil
germinavam e produziam bons resultados.
Há
aqui já há uma clara indicação do significado de três elementos
dessa parábola. Primeiro, a semente da Parábola do Semeador é uma representação da
Palavra de Deus. Segundo,
o semeador é uma figura do próprio Cristo e,
consequentemente, de todo aquele que se ocupa do serviço de proclamar o
Evangelho. Terceiro, o terreno
citado na Parábola do Semeador, cada qual com sua particularidade, é uma
indicação do coração humano.
A
Parábola do Semeador traz lições muito importantes derivadas do seu significado
principal. Aqui destacamos três delas. Em primeiro lugar,
a Parábola do Semeador ensina que a semente do Evangelho alcança diferentes terrenos
e apresenta resultados distintos em cada um deles. A maioria das pessoas, por
diversos motivos, não recebe as boas novas para a salvação.
Algumas
pessoas possuem um coração insensível que não responde positivamente ao convite
do Evangelho. Essas pessoas nem mesmo refletem na mensagem anunciada.
Outras
possuem um coração impulsivo que no calor da emoção acaba recebendo
superficialmente a mensagem. Uma vez que a emoção passa, essas pessoas voltam à
sua antiga vida de pecado.
Outras
pessoas possuem um coração muito ocupado com as coisas desta vida. Ludibriadas
com desejos terrenos e ilusões de riquezas, essas pessoas desprezam o
verdadeiro tesouro que poderiam encontrar.
Mas
finalmente há aquelas pessoas que possuem um coração bem preparado, um coração
que responde positivamente à Palavra de Deus.
Consequentemente,
em segundo lugar, é inegável que essa parábola destaca, entre
outras coisas, a responsabilidade humana. A responsabilidade pelo resultado da
germinação da semente é colocada na condição do solo. O caráter do ouvinte
determina o efeito da Palavra sobre ele.
Na
Bíblia a soberania de Deus jamais é vista como um problema à responsabilidade
humana. Na verdade, a Parábola do Semeador trata essa questão com muita
naturalidade. Enquanto a responsabilidade humana é enfatizada na forma com que
cada pessoa responde à mensagem do Evangelho, a soberania de Deus é enfatizada
na verdade de que o bom solo que recebe apropriadamente a semente é aquele que,
primeiro, foi preparado.
O
coração que recebe eficazmente a semente do Evangelho não é comparado ao solo
duro dos caminhos que cortavam os campos; não é comparado ao solo rochoso;
também não é comparado ao solo infestado de raízes espinhosas. O coração cujo
Evangelho cria raízes é comparado ao bom solo. Obviamente o bom terreno de uma
plantação é aquele devidamente arado e tratado para receber a semente.
Nesse
ponto é possível dizer que a Parábola do Semeador aponta para a obra do
Espírito Santo. Ele é quem prepara e regenera o coração do homem, tornando-o
boa terra para a semente do Evangelho. Ele é quem aplica a obra redentora de
Cristo no pecador.
Em
terceiro lugar, a Parábola do Semeador mostra que a frutificação
é uma marca do verdadeiro cristão. Todo o genuíno discípulo de Jesus Cristo
necessariamente irá frutificar para a glória de Deus. O próprio Senhor Jesus
fala claramente disso na alegoria da Videira e os Ramos (“Eu
Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não
dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós
já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim e eu em vós;
como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim
também vós, se não estiverdes em mim. Eu Sou a videira vós as varas; quem está
em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mi nada podereis fazer. Se
alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os
colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverem em mim, e as minhas palavras
estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é
glorificado meu Pai, que deis muito fruto, e assim sereis meus discípulos.” João
15:1-8). Todavia, o grau de frutificação não é igual
para todos. Uns produzem cem por cento; outros sessenta; e outros trinta. Mas o
importante é dar fruto!
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