Pensemos na imagem da Igreja. Não na imagem de uma Igreja em particular, mas da Igreja no geral. Como é conhecida nestes dias, o que é dito sobre ela nos tempos em que vivemos, em particular na nossa cidade, vila, freguesia. Quero fazer algumas perguntas importantes, e para isso, existe uma história na Bíblia que me inspira:
Quando a rainha de Sabá percebeu o quanto Salomão era sábio e viu o palácio que ele havia construído, a comida que era servida às mesas do rei, os alojamentos e a organização dos seus oficiais e servos, os trajes esplêndidos que vestiam, os copeiros da corte e as suas roupas, e os holocaustos que Salomão oferecia no templo do Senhor, ficou muito admirada. O contexto desta passagem é que a rainha de Sabá tinha ouvido falar da sabedoria e riqueza de Salomão, mas ela não acreditava que isso fosse verdade, então decidiu ir ver com os seus próprios olhos. Como era uma pessoa que tinha recursos, preparou uma grande oferta e foi visitá-lo; então, falou com ele e o fez muitas perguntas, as quais Salomão respondeu com sabedoria divina. Neste ponto, ela fica surpresa e diz a ele que o que está vendo supera todas as coisas boas que já tinha ouvido falar a seu respeito.
Por quais características somos conhecidos?
A rainha conhecia Salomão pela sua
riqueza e a fama sobre como Deus o abençoou era muito positiva. Contudo, ao
trazer isso para os nossos dias, numa altura em que estamos ouvindo muito sobre
a Igreja, creio que a nossa reputação não seja inteiramente positiva, talvez
até negativa. Se eu levasse um microfone para as ruas e perguntasse algo sobre Igreja,
se usasse a palavra “cristão”, qual seria a primeira coisa que sairia da boca
das pessoas? Eu não penso que as pessoas falariam palavras de amor, alegria ou
aceitação. Não penso que seriam palavras que nos definisse como pessoas
contemporâneas, mas como pessoas ultrapassadas, fanáticas e fundamentalistas.
É minha paixão, coração e desejo que quando as pessoas que já ouviram barbaridades sobre a Igreja visitem a nossa casa, possam ver os nossos braços abertos a recebê-los. E que saiam, dizendo: “Não era isso o que eu esperava. O mundo tem uma visão distorcida, porque o que eu experimentei foi totalmente diferente ao que é dito lá fora”.
Como devemos ser conhecidos?
O Senhor Jesus dá a resposta:
“Um
novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, como eu os amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos
se vos amardes uns aos outros.”
João
13:34,35
É muito simples: devemos ser conhecidos
pelo amor. Não apenas por como amamos os nossos irmãos na fé, mas também pelo
modo em que amamos aqueles que não são cristãos. “
Jesus nos dá, dentro da resposta, a chave e o
caminho para amar: “Vocês devem amar
como eu amei vocês”. Portanto, não é com nosso amor que devemos amar,
mas com o amor d’Ele. E como ele nos amou? Ele deu tudo, sem restrições, com um
amor genuíno que estava disposto a pagar o preço; Ele amou aceitando a todos
nós com um amor eterno. Esse mesmo amor deve ser a imagem da Igreja. Mas creio
que se fizéssemos uma pesquisa hoje, a palavra amor não estaria entre as
primeiras vinte palavras que muitos usariam para nos definir. Isso precisa mudar
e somos nós que devemos gerar a mudança.
Estamos amando como Jesus nos ama?
Se não está sendo assim, penso que estamos falhando.
Nós não temos que concordar com a filosofia e mentalidade dos outros, o mundo
não mudará desta maneira, o mundo mudará quando passarmos a amá-lo. É o amor ao
próximo que nos identifica como seguidores de Jesus.
Sou apaixonado pela excelência, porque acredito que
é parte da nossa responsabilidade fazer tudo de maneira bem-feita. Porém, não
quero que sejamos conhecidos pelos nossos cultos. Que a nossa Igreja não seja
conhecida porque Deus opera milagres entre nós. Que não sejamos conhecidos pela
nossa música, nem por bons pregadores. Que o amor que temos por todos seja o
motivo por sermos conhecidos.
Se não somos uma igreja de amor,
seremos uma igreja de redes sociais. Faremos muito ruído que não irá capturar a
atenção de ninguém, muito barulho sem influência, sem vidas transformadas, sem
um mundo alcançado por amor. Nós não somos chamados a fazer barulho, somos chamados
para, através de nós, Deus transformar pessoas, logo, é essencial que sejamos conhecidos
em primeiro lugar pelo nosso amor.
Deus nos deu a responsabilidade de cuidar da imagem da Igreja. Nós representamos o amor eterno de Deus!
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