Todos sabemos
o que é ter sede física. O nosso corpo é composto de 70% de água. Se pararmos
de beber acontece que os nossos pensamentos coerentes desaparecem, a pele fica ressequida
e os órgãos vitais começam a paralisar. Os nossos olhos precisam de lágrimas
para chorar, a boca de humidade para engolir, etc. a água é tão importante para
o nosso corpo como o ar que respiramos. Não podemos privar o nosso corpo de
água. Assim é com a nossa alma. Se privarmos a nossa da água espiritual, os
nossos corações ficam desidratados. O nosso temperamento fica ríspido, ficamos
preocupados, o medo apodera-se de nós, a culpa persegue-nos. Deus não quer que
a nossa vida seja assim. Falta de esperança, dificuldade em dormir, solidão,
ressentimento, insegurança. Esses são avisos, sintomas de um coração seco. Talvez
nunca tenhamos visto as coisas desta forma. Achamos que fazem parte das lutas
do dia-a-dia. Todos passamos dias menos bons. Há coisas inevitáveis.
Absolutamente. Mas incessantes? De maneira nenhuma! Vê as dores do teu coração,
não como batalhas para suportar, mas como uma sede interior que não está a ser
saciada. Como prova de que algo em ti está começando a secar. Cuida da tua alma
como cuidas da tua sede física. Bebe! Inunda o teu coração com uma boa
quantidade de “água”!
Mas onde é que
se encontra a água para a alma? O Senhor Jesus deu a resposta (João 7:37-39) O povo enchia as
ruas para lembrar o milagre que Moisés operou quando fez sair água da rocha
(Êxodo 17:6). Em homenagem aos seus antepassados, eles dormiam em tendas. E em
tributo ao milagre no deserto eles entornavam água. Cada manhã, durante sete
dias, um sacerdote enchia um jarro de água e o carregava por entre as pessoas
até ao Templo. Anunciado por uma trombeta o sacerdote rodeava o altar e
derramava o líquido. Então no último dia, o GRANDE DIA, o sumo-sacerdote dava
sete voltas em volta do altar despejando sete jarros de água. Terá sido nesse
momento que o Senhor Jesus chamou a atenção do povo. Sacerdotes com vestes
finas voltaram-se. Pessoas do povo certamente espantadas olharam. Eles conheciam
esse Homem. Alguns já o tinham visto pregar nos montes, outros nas ruas. Mas nunca
o tinham visto com este ímpeto. Ele pôs-se de pé. A postura tradicional dos
rabis era sentar-se e falar. Mas o Senhor Jesus levantou-se e clamou (gritou)! João
usa o mesmo verbo no grego, que descreve o volume da voz do Senhor, que é usado
quando o cego grita pedindo para ver (Marcos 10) e que Pedro também usa quando
grita ao sentir que estava a afogar-se (Mateus 14). O Senhor Jesus não estava a
limpar a garganta. Não! Ele estava exigindo atenção. Ele gritou porque o tempo
era curto. Dali a cerca de seis meses Ele iria estar a arrastar uma cruz pelas
ruas. E o povo? O povo tinha sede! As pessoas precisavam da água que Ele tinha
para oferecer. Não para as suas gargantas, mas para os seus corações. E o
Senhor estava a fazer um convite. O que a água pode fazer pelo nosso corpo
físico, o Senhor pode fazer pela nossa alma. Amolecer o que está ressequido. Limpar
o que está enferrujado. Como?
Como água, o
Senhor pode ir onde nós não podemos. Se mandarmos algo sólido contra uma
parede, ela bate e cai. Mas se mandarmos água, ela adapta-se e espalha-se. A sua
composição molecular dá-lhe flexibilidade. Ela infiltra-se numa racha. Faz estrondo
quando cai de uma queda de água. A água vai onde nós não podemos. Assim é o
Senhor Jesus. O espírito d’Ele passa pela garganta da nossa alma, limpando o
nosso medo, tirando a tristeza, removendo o nosso pecado. Quando bebemos água
não podemos indicar a direcção que ela toma, ou seja, “dez gotas vão para o
estômago, onde para o coração, outras tantas para a cabeça, etc.”
O Senhor Jesus
sabe tudo. Ele não precisa que o dirijamos. Ele apenas quer a nossa permissão. Como
a água, Ele não entrará a menos que seja “bebido”! Podemos estar num rio com água
pela cintura e ainda assim morrer de sede. Até que a bebamos ela não vai fazer
nada ao nosso organismo. Até que experimentes Cristo, o mesmo se aplica!
Recebe-O com alegria na tua vida. Deixa Cristo ser a água da tua alma. A religião
pode dar alguma tranquilidade, mas nunca satisfaz plenamente. Actividades ou
cargos na Igreja podem ocultar a sede, mas só o Senhor a sacia. Bebe-O! E bebe profundamente
e com frequência. Só a comunhão contínua satisfaz a sede da alma!
1 comentário:
As pessoas reagem e deixam transparecer para os outros o momento que estão a viver. Pode ser falta de investimento na alma no corpo. Quem sabe...Nós? Por vezes a leitura dos outros não mostra a realidade do momento. Daí o ditado: nem tudo que parece ser é. Agora, procuro mais a leitura, talvez por uma necessidade de encontrar palavras que me ajudem a pensar ver todas as coisas boas que tenho de graça, basta pedir e saber esperar. Deus na hora certa dá.Lurdes
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