Há um provérbio popular que diz o seguinte: “Até
mesmo o terreno mais fértil permanece estéril se nenhuma semente for lançada
nele.”
Aparentemente
Nicodemos não sabia disso. (João 3:1-7). Ele pensava que a terra podia gerar frutos sem que
fossem lançadas as sementes. Ele era muito sábio nas questões, mas descuidado
com a semente. Era um legalista. É assim que os legalistas pensam: Preparam a
terra, mas esquecem-se da semente. Os fariseus achavam que a fé era uma obra
exterior. Mediam a espiritualidade das pessoas pelo título que elas possuíam,
pelo som das orações, pelo montante das ofertas. Se eles fossem agricultores,
certamente teriam as terras mais atraentes, o melhor equipamento, a terra
lavrada e arada. Discutiriam sobre as melhores técnicas para lançar adubo, etc.
Mas eles teriam um problema: Discutiriam muito sobre técnica, porém colheriam
pouco fruto!
Porque
em tão pouco tempo, um galileu tinha gerado mais fruto do que todos os fariseus
de uma geração inteira. Isso fez com que eles ficassem chateados e decidiram
ignorar os Seus resultados e insultaram os Seus métodos. Com excepção de
Nicodemos.
Ele
não era só curioso. Ele estava perturbado. Perturbado pela maneira como as
pessoas davam ouvidos ao Senhor Jesus.
Nicodemos
foi atraído a Jesus, porém ele não queria que o vissem junto com o Senhor, por
isso encontrou-se com Ele de noite. Faz sentido. O legalismo não oferece luz
alguma.
Nicodemos
começa com cortesias (vs.2),
mas o Senhor desconsidera o elogio (vs.3).
Nada de conversa que interesse. Jesus vai directo ao assunto. Direito ao coração.
Direito ao problema. O Senhor sabe que o coração do legalista é duro e por isso
começa a martelar:
- Não podes ajudar um cego acendendo uma luz.
- Não podes ajudar um surdo aumentando o volume
da música.
- Não podes mudar o interior decorando o
exterior.
- Não podes colher fruto se não semeares.
Nicodemos,
precisas de nascer de novo!!!
O encontro do Senhor Jesus com
Nicodemos foi mais do que um encontro entre duas figuras religiosas. Foi uma
colisão entre duas visões diferentes da salvação. Nicodemos pensava que a
pessoa fazia a obra. O Senhor Jesus dizia que Deus é quem faz a obra. Nicodemos
pensava que tudo era uma troca. O Senhor dizia que era um presente. Nicodemos pensava
que o homem deveria merecê-la. O Senhor dizia que o homem deveria aceitá-la.
Depois de passar a sua vida a
estudar as Escrituras na base da lógica, o mestre fariseu fica repentinamente
calado quando o Senhor abre a porta da graça e a luz desta graça invade a
escuridão do seu coração!
Imagino Nicodemos com vontade de
fazer esta pergunta: “Qual a motivação
que está por detrás disto?” O Amor! (João 3:16).
Ele nunca ouvira tais palavras. Ele
já tinha participado em muitos debates sobre salvação. No entanto, esta é a
primeira na qual nenhuma regra foi estabelecida, nenhum código, nem ritual. Apenas: “Todo aquele que crer terá a
vida eterna.”
Mesmo na mais escura das noites
podia-se ver o assombro na cara de Nicodemos: “Todo aquele que crer?”
Mas não é todo aquele que alcança? Todo aquele que é bem-sucedido? Não! “Todo aquele que crê!
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