quinta-feira, 17 de abril de 2025

FIEL

 O Senhor Jesus fez tudo no tempo certo. Não foi dado a precipitações, a começos soluçados ou a arrancadas extemporâneas. Até o início do Seu ministério terreno aconteceu numa altura mais do que maturada. Antes de Se propor salvar o mundo cumpriu com as singelas responsabilidades familiares. Cuidou de ser fiel anonimamente para depois Se doar publicamente. A autoridade para ministrar adveio daquilo que também viveu no recato do lar. Ele pregou o que experienciou da infância à idade adulta. Ao fim de trinta anos estava totalmente por dentro das lutas que qualquer ser humano enfrenta. A Sua encarnação deixa claro que não existem problemas na Terra que Ele não tenha enfrentado. Daí ter desafiado os Seus seguidores a abraçar o Seu próprio estilo de vida. Sim, o Senhor Jesus jamais negou as Suas origens para que nenhuma pessoa esquecesse as suas: Deus.

 

 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

TRADIÇÕES

Há tradições que fazem um bem que eu sei lá. Perseverar naquilo que nos aproxima de Deus é para preservar e repassar às gerações vindouras. O melhor que pode dizer-se das nossas raízes espirituais é que, “como de costume”, nos mantivemos na rota da fé. Quem dera que os passos do nosso agregado familiar se dirijam natural e ciclicamente em direção à casa do Pai. Esse é o melhor lugar para encontrar aqueles que amamos e nos foram entregues para cuidar. Mais, é altamente desejável que criemos uma rede de relacionamentos fraternais que nos permita regressar ao lar sem sentir a necessidade de controlar cada passinho que os nossos filhos dêem. E lá está, quando os perdermos de vista que tenhamos a alegria de os encontrar pertinho de Deus, mediante o que foi sendo semeado também por nós. Já quando nos for difícil entender o que o Senhor Jesus esteja a dizer, olhemos para o modo como atua. Guardemos no coração a Sua humildade e a forma respeitosa como lidava com as pessoas, incluindo os que Lhe eram mais próximos. Cresçamos n’Ele “em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.”

segunda-feira, 7 de abril de 2025

EXEMPLO

Tudo o que o Senhor Jesus fez na Terra teve um propósito. Além de não ter deixado nada ao acaso, também não Se deixou arrastar por modismos. Não deu um único passo apenas porque a multidão à Sua volta agia de certa maneira. Ele não era dado a copiar, antes a ser imitado. Logo, quando optou por ser batizado não foi para agradar a familiares ou a líderes religiosos, muito menos porque tivesse algo de que Se arrepender. Movia-O uma firme convicção de que aquele era o momento chave para iniciar o Seu ministério de reconciliação. Quis dar o exemplo público da viragem que cada um necessitava de experimentar no seu íntimo. Identificou-Se com as pessoas em busca de Deus e indicou-lhes o caminho: Ele mesmo! Aliás, o Pai ratificou precisamente isso. Mais, a Sua aprovação apontava igualmente para a cruz, onde o Seu plano de amor se expressou esplendorosamente

segunda-feira, 24 de março de 2025

VERDADE

 É sempre arriscado dizer a verdade. Contudo, não há outra volta a dar para quem anda de mão dada com Deus. O preço a pagar por ser franco pode até ser alto, mas maior mossa se experimenta quando se fica calado diante da injustiça. Muito mais severo é ter de lidar com a consciência pesada por causa de conivências silenciosas. Refira-se, no entanto, que a ousadia para denunciar o erro não tem de ser grosseira. Abra-se a boca para repreender com firmeza, sem descurar o amor. E ainda que este seja, aqui e acolá, tomado como traição por parte dos que são alvo da confrontação, permaneça-se coladinho ao bem. Atenção, porém, para não resvalar para as críticas ocas e mesquinhas. Erga-se, sim, a voz diante de atentados à moral. Seja lá quem for a pessoa a exortar insista-se no trilho da integridade. Prefira-se sempre ser injustamente preso, tal qual João Baptista, do que agir de forma semelhante a uma máquina manipuladora, como Herodes. No fundo escolha-se a verdade em Pessoa: Jesus Cristo!

domingo, 2 de março de 2025

TEMPOS DIFÍCEIS

 Os tempos podem ser de enorme descompensação política, económica e moral, mas foi exatamente por causa disso que o Senhor Jesus veio. Até nos domínios religiosos se constatam divisionismos, razão pela qual Deus faz questão de Se fazer ouvir. Hoje, tal como no passado, Ele sussurra ao coração de pessoas (in)comuns que, por sua vez, ecoam o amor de que foram insufladas. Daí que nos mais distintos recantos da Terra a mensagem de “arrependimento para perdão de pecados” seja difundida todos os dias. Tudo isto porque Deus de há muito decretou um plano: “Preparem o caminho do Senhor e abram-Lhe estradas direitas.” O Seu desejo é que todos vislumbrem Jesus como Rei e se engalanem para O acolher. Desta forma, “toda a Humanidade verá a salvação de Deus.”

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

FAZÊ-LO CONHECIDO

 Todas as vidas são especiais, ainda que nenhuma seja merecedora do terno cuidado de Deus. Acontece que, à semelhança daquela que veio a dar Jesus à luz, cada um de nós é surpreendentemente abarcado pelo Seu plano. Ele deseja que saibamos que está connosco e que nos separou para um relacionamento especial. Por muito estranho que possa parecer Deus tanto usa pessoas que nos são próximas como circunstância atípicas para nos demonstrar. Se é certo que normalmente ficamos surpreendidos e amedrontados por Deus nos envolver em algo grandioso, até pela consciência que temos da nossa pequenez, é igualmente verdade que Ele nos sossega de imediato. Tal como Maria, somos desafiados a acolher Jesus e a dá-LO a conhecer ao mundo. As impossibilidades que fervilham na nossa mente são desfeitas pela garantia de que o Espírito Santo nos capacitará. Sim, “para Deus não há nada impossível.” E a melhor forma de demonstrar que cremos nisso é concretizando diariamente a oração: “Cumpra-se em mim a Tua palavra.”

SILÊNCIOS

 Deus permanece atento e comunicativo. Os Seus silêncios não significam que esteja distante ou indiferente. São apenas um dos meios que usa para nos pôr a pensar e nos ajudar a concluir o quanto precisamos d’Ele. Por mais certinhos que tentemos ser, a verdade é que somos incapazes pelos nossos próprios meios de produzir vida. Resta-nos, pois, caminhar fielmente, sabendo que a qualquer momento Deus pode operar uma das Suas coincidências. Aquilo que muitos interpretam como tendo acontecido ao calhas, é o Seu toque sobrenatural. Até a nós nos provoca arrepios e hesitações, a ponto de balançarmos, imagine-se, na hora de Ele responder às nossas orações. Se ao duvidar ficarmos sem voz, continuemos a gesticular a Sua graça. Convém, no entanto, sublinhar que os presentes com que nos mima visam o nosso volte face para Ele. Interiorize-se o Seu amoroso propósito: A reconciliação. Antes de o darmos a saber outros, digamos para nós mesmos: “Deus foi bom para mim.”

DETERMINAÇÃO

 Há alturas em que não há tempo a perder. Sendo certo que a vida é muito corrida e urge encontrar momentos para pausar, ainda assim, importa acelerar o passo na hora de expressar os afetos que nos ligam a Jesus. Muito mais do que uma incumbência deve ser um sinal de extrema gratidão. Não se protelem os tributos a render-Lhe. (Nessa linha de pensamento, em jeito de parêntesis, não se tenha retenha o amor à Sua pessoa, tantas vezes (in)visível na figura do próximo.) Que nada trave a determinação de nos abeirarmos d’Ele, nem mesmo as barreiras físicas que imaginamos ter de enfrentar. Se nem a pedra do túmulo foi necessário removermos, as outras pedrinhas também não serão empecilho. Estejamos sempre prontos para ir ao Seu encontro. Na verdade, a vida cristã é isso mesmo: Desfrutar a presença e a companhia de Jesus a cada novo dia. Na certeza que Ele não nos perde de vista e Se encarrega de nos lembrar o Seu perdão (basta reparar quem desejou Ele que fosse primeiramente avisado da Sua ressurreição). Saiamos a correr por esse mundo fora, sem medos, contando a toda a gente que Jesus vive, inclusive em nós.

GRITO

Nem a natureza ficou indiferente à crucificação do Senhor Jesus. Ainda que alguns dos presentes à época, tal como hoje, não tenham captado a dimensão do ocorrido. Ele ali sentiu na pele o fosso criado pelo pecado humano face ao Pai. Daí o grito lancinante que exprime a separação vivida. O abandono que nos esperava recaiu inteiramente sobre Jesus. Há quem opte por olhar para este momento capital da História e se cinja a dissecá-lo teologicamente, sem se comover com a Sua dor. Péssima escolha é dar lugar à especulação e à curiosidade mórbida, ao invés de exercitar a contrição. É na prática introspetiva que melhor se percebe o alcance da Sua triunfante morte. Ele restabeleceu o caminho para o Pai e deu a conhecer o Seu eterno lado amoroso. Daí que muitos “esmagados” pela Sua maravilhosa graça, além de O seguirem por todo o lado, exclamem que Ele é “realmente o Filho de Deus!”

CARREGAR A CRUZ

Carregar a cruz deve ser entendido como algo incontornável por cada cristão. Mais do que uma ordem, Jesus desafiou os Seus seguidores a experimentarem o privilégio de se identificar com Ele. Sim, na estrada da vida qualquer pessoa pode ser apanhada na curva, completamente desprevenida, para iniciar uma jornada em favor de Cristo. Abençoada surpresa! Mesmo que no início possa dizer-se que jamais nos passaria pela cabeça semelhante trajeto. Ainda que até tenham sido outros a empurrar-nos (in)voluntariamente para tal carga de trabalhos, há que reconhecer que a nossa caminhada nunca mais foi a mesma. A percepção do peso do trilho da cruz marcou-nos indelevelmente a alma, de tal forma que o amor é agora a marca de água a transmitir às gerações seguintes.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

NÃO QUERO UM DEUS QUE FUNCIONE

Já decidi:

Não quero um deus que funcione segundo minhas expectativas.

Não quero um deus que funcione de acordo com minhas orações.

Não quero um deus que funcione de acordo com a minha noção de justiça.

Não quero um deus que funcione a partir das minhas chantagens religiosas e minha birra espiritual.

Não quero um deus que funcione na solução dos meus problemas, para me arranjar um emprego ou para curar as minhas enfermidades.

Não quero um deus que funcione à base da manivela da minha prática religiosa e de minha limitada piedade.

Não quero um deus que funcione para aliviar a minha mente stressada e o meu coração carregado dos cuidados deste mundo.

Rejeito este relacionamento utilitário com Deus. De olhar para Ele como uma máquina de abençoar pessoas. Como essas máquinas de refrigerante que nós encontramos nas lojas de conveniência. Uma máquina que, para funcionar, precisa das moedas do dízimo e das ofertas, da oração, da leitura da Bíblia, do jejum, do exercício constante e rígido para manter a santidade e não pecar, e assim por diante. Não quero um deus conveniente.

Rejeito esse evangelho que diz que Deus me abençoará apenas quando eu fizer determinadas coisas corretamente, que irá amar-me mais se eu tiver determinadas atitudes, que irá escolher-me para coisas importantes se o meu coração estiver perfeito na Sua presença.

Não quero um deus que funcione a partir de mim mesmo. Esse não é o deus verdadeiro, mas, sim, o resultado frágil do meu próprio egoísmo, que, lá no fundo, busca um deus que lhe sirva para todos os fins.

Não, não quero um deus para funcionar.

Eu quero um Deus para me relacionar, para conhecer na intimidade, para reconhecer a Sua soberania e submeter-me aos Seus propósitos.

Quero um Deus para adorar, para amar, para me entregar, mesmo que na minha vida as coisas não funcionem como eu gostaria.

Quero um Deus para crer e manter-me fiel, ainda que isso implique em permanecer enfermo, desempregado, ou viver outras circunstâncias contrárias.

Não estou procurando funcionalidade, mas relacionamento. Talvez, o mesmo relacionamento do filho pródigo com o seu pai (Lucas 15). Um relacionamento baseado na graça e no amor do Pai, o qual, em todo tempo, manteve aberta a porta do abraço. Quero ter com Deus o relacionamento de Aarão, cujo privilégio foi ouvir do próprio Deus: “Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás: eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel” (Números 18:20).

Já decidi: Esse será o grande alvo da minha vida! 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

OBEDECER

 Deveria ser mais do que natural para um cristão perguntar a Jesus como é que Ele deseja que as coisas decorram, sobretudo tratando-se de celebrações especialíssimas. É suposto que quem O segue, em vez de chamar a si o controlo de todos os cordelinhos, procure assegurar-se das Suas intenções. Tanto mais que Ele não deixa ao acaso certos pormenores. Ceda-se, pois, à Sua vontade ao invés de querer levar por diante determinados caprichos pessoais. Ouvido o Seu plano, toca a concretizá-lo. Haja disposição imediata para agir segundo as Suas instruções. Mesmo quando parece que o passo seguinte se assemelha a encontrar uma agulha num palheiro, Jesus tratará de o sinalizar de forma inusual. Quem está pronto para obedecer acaba por encontrar muitas outras pessoas a servir fielmente. Os olhares poderão até incidir nos seguidores com maior visibilidade, mas abençoados são os que O honram na sombra, colocando tempo e bens às Suas ordens. Contudo, feitas as contas, os louros recaem em Jesus que providenciou tudinho para que a libertação ocorresse e fosse celebrada!

CONFIAR

Os cristãos verdadeiros sempre serão alvo de perseguição. Nada que já não saibam, pois o Senhor Jesus alertou-os para essa inevitabilidade. Acontece que em situações de comodidade é negligenciado tão sério e pertinente aviso. No entanto, há que arregalar o olho, pois o mal espreita por todo o lado. Mesmo onde não se suporia que conseguisse fazer estragos com as suas insidiosas ações. Exatamente como no passado, também hoje se levantam “deuses humanos” que pretendem usurpar o senhorio que só a Jesus Cristo pertence. Atos tresloucados são cometidos ao minuto visando a extinção da fé. Nestas ocasiões, que estão a ser sentidas na pele por milhares dos Seus seguidores, resta tentar escapar sem olhar para trás. Fuja-se com o coração nas mãos de Deus! Confie-se na Sua provisão, ao invés de procurar segurança nas construções terrenas ou nos bens materiais acumulados, até porque Ele é misericordioso e abreviará o sofrimento dos Seus! 

HUMILDADE

 Nós que por vezes temos a mania das grandezas ficamos a bater mal quando o Senhor Jesus desmonta esses nossos tristes tiques. Apegamo-nos a detalhes que Ele desconsidera por inteiro. Enquanto ficamos inebriados com estruturas, Ele vê-as como passageiras. Aliás, boa parte do Seu raciocínio escapa-se-nos porque nos distraímos com aquilo que é periférico. Tudo porque deveríamos guardar algum tempo para processar o que nos sussurrou ao coração, ao invés de “chamar a Sua atenção” para algo secundaríssimo. Engravidamos pelos olhos, impressionando-nos com dois dos pilares do mundo secular: poder e imponência. O que maravilha o ego humano está longe de encantar o Senhor Jesus. O supra sumo da arte e o esplendor da arquitetura terrena desmorona-se em menos de nada. Garante-o Jesus e Ele jamais se equivoca. Espantemo-nos, sim, com o templo perene que Ele deseja construir nos nossos corações!