segunda-feira, 27 de julho de 2009

DESERTO (parte 1)

No capítulo 4, versículos 1 e 2, de Mateus vimos que era da vontade Deus que Cristo, agora plenamente consciente da Sua filiação única, bem como do Seu chamamento para ser o Servo ideal de Deus, fosse tentado a ser desobediente às implicações dessa vocação e, vencendo essa tentação, estivesse capacitado a entrar num ministério que teria como climax a Sua obediência até à morte na cruz.

Deus muitas vezes também nos conduz ao deserto. Ele pode ser uma reprovação na escola; o fim de um noivado; uma falência irreversível; diagnóstico médico que nos desengana ou de qualquer outra frustração a que como mortais estamos sujeitos.

Alguns homens de Deus tiveram de ir ao deserto: Moisés ficou lá 40 anos (Actos 7:23,29,30). Paulo também sentiu o seu calor e a sua solidão (Gálatas 1:17).

Efectivamente como filhos de Deus, embora, a princípio, não consigamos entender totalmente a vontade do Pai, somos abençoados quando somos conduzidos pelo Senhor para o deserto pessoal. Podemos reflectir em pelo menos três consequências disso na nossa vida:

1. NO DESERTO ENCONTRAMO-NOS A NÓS MESMOS

O que sou é difícl de dizer, até não saber onde estou. São nas situações desérticas da existência que os problemas, as crises, as provações se instalam e lugares, estados ou condições que nos levam a nos sentirmos sós, indefesos, abandonados. Daí é que podemos ter uma verdadeira consciência da nossa identidade. É no deserto que podemos nos conhecer profundamente. Não há para quem olhar no deserto, nós mesmos é que somos objecto da nossa análise. Assim , podemos nos conhecer mais.

Nessa condição de auto-conhecimento, reflectimos sobre os motivos que nos tem trazido até ali. Porque estamos no deserto? Pela nossa insensatez? Pela nossa desobediência? Porque Deus nos quer aperfeiçoar? Porque é que o Espírito Santo quer ter mais comunhão connosco? Porque Deus apaixonado por nós quer que digamos Ele o quanto o amamos? O certo é que, quando nos quebrantamos, Deus nos revela o porquê do deserto. Daí, podemos escolher as metas correctas para a nossa vida.

Nós nos redescobrimos no deserto. A existência passa a ser percebida como um verdadeiro sentido de ser. É nessa situação que podemos estabelecer um propósito para a vida. No deserto, Cristo teve a consciência de ser Ele o Filho de Deus. Isso implicava em assumir o motivo da Sua encarnação, o Seu único propósito: A salvação de milhões de seres humanos, na cruz. Nas situações desérticas nós também passamos a priorizar as nossas metas, tendo a convicção profunda de vivermos para a glória de Deus (Romanos 11:36).

(cont.)

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