Um homem que gostava de ordem saiu percorrendo o mundo à procura daquele, entre todos os lugares, que se destacasse pela mais meticulosa ordem.
Entrando num quartel militar, o homem olhou à sua volta e viu tudo arrumado; a relva cortada, as paredes pintadas, o chão limpo; tudo em boa ordem, como é próprio do carácter militar. Apenas desgostou ao homem notar que a maior parte dos soldados não tolerava aquela ordem rígida, mantendo ocultamente muitos hábitos desordenados. E foi-se um pouco decepcionado...
Noutro lugar, visitou uma grande empresa e também se entusiasmou como o que viu. Tapetes lindos dispostos pelo chão, aparelhos funcionando às mil maravilhas, os wc's cheirando a perfume... tudo muito arrumado, menos o sector das máquinas, onde os detritos da matéria-prima e coisas fora do lugar destoavam do restante da fábrica. Para produzir era necessária uma certa desordem...
Assim se foi desilundo o nosso homem. Por fim, entrando um dia no cemitério, exclamou ele, como quem descobre o que procurava:
"Eis o que sempre busquei! Eis a ordem perfeita!"
De facto, no cemitério reina extraordinária ordem. Os corpos ali enterrados nem por um momento causam qualquer estorvo. Tudo ali está "eternamente" no seu lugar; só que não há vida no cemitério!
O apego às formas pode fazer do culto cristão um cemitério. Talvez tudo esteja em ordem: As pessoas todas presentes, a Bíblia é lida; as pessoas oram, os músicos tocam... Tudo vai bem, só não há vida!
Onde existe vida, há sempre coisas um pouco fora de ordem. talvez cheguemos aos cultos com uma ideia já formada de como o culto de decorrer, como cada um se deve comportar, etc. Tudo isso é como ordem no cemitério. Perdemos a habilidade de sermos guiados instantaneamente pelo Espírito de Deus. O que mais precisamos é ser "carregados" pelo Espírito Santo de uma maneira viva!
quinta-feira, 23 de julho de 2009
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